“Naquele tempo” e no nosso: perspectivas sobre o chorinho e construção de raça e classe

Abstract

Este trabalho tem por objetivo, trazer reflexões sobre a construção racial e de classe do estilo musical Choro. Para tal, utiliza-se de entrevistas com profissionais da área e de debates bibliográficos sobre o tema, utilizando principalmente o livro-relato do chorão Alexandre Gonçalves Pinto, conhecido como Animal, e o livro-tese de Pedro Aragão, que debate a obra anterior. De tal modo, ao buscar explicações e tendo as leituras dos entrevistados, estrutura-se a hipótese central de que o choro passou e passa por um processo de embranquecimento e gentrificação em sua constituição e práxis. Em última instância, não se busca neste artigo criticar indíviduos e grupos, mas sim entender processos e o que estes, podem nos contar sobre a sociedade brasileira.

This paper aims to reflect on the racial and class construction of the Choro musical style. To this end, it uses interviews with professionals in the field and bibliographic debates on the subject, using mainly the book-story by the chorão Alexandre Gonçalves Pinto, known as The Animal, and the thesis book by Pedro Aragão, that discusses the previous work. In this way, by seeking explanations and taking into account the interviewees' readings, the central hypothesis is structured that choro has undergone and is undergoing a process of whitening and gentrification in its constitution and practice. Ultimately, this article does not seek to criticize individuals and groups, but rather to understand processes and what these can tell us about Brazilian society.