Maria não vai mais a feira : resolução de problemas e estratégias de autorregulação de aprendizagem nas séries iniciais do ensino fundamental

Abstract

A presente pesquisa tem como objetivo geral construir e validar um caderno de atividades didáticas com o foco no desenvolvimento de estratégias de autorregulação da aprendizagem aplicadas à resolução de problemas, no contexto do ensino da Matemática, no segundo ciclo das séries iniciais do Ensino Fundamental. Para levar a efeito este objetivo, foram delineados três objetivos específicos: caracterizar, com base em referencial teórico específico, o processo de resolução de problemas no contexto das séries iniciais do Ensino Fundamental, considerando sua inserção nas políticas públicas de avaliação educacional e dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental; elaborar um caderno de atividades relacionadas à resolução de problemas com foco no ensino da matemática nas séries iniciais do Ensino Fundamental e avaliar o grau de aplicabilidade do referido caderno de atividades com base num processo de validação por pares, considerando como critérios de validade o conteúdo e a aparência. A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa-ação, com características qualitativas e quantitativas, e parte da premissa de que a educação é uma prática social constituída na relação com o conjunto das ciências sociais e outras áreas do conhecimento. O conceito de pesquisa-ação, sob essa ótica, apresenta uma perspectiva privilegiada para discussões cujo foco principal seja a tão inquietante relação entre teoria e prática. Participaram do processo de validação por pares 14 professores, sendo 5 doutores, 4 mestres e 5 especialistas, que atuam ou atuaram nos diferentes níveis e modalidades do ensino por um período igual ou superior a cinco anos na disciplina de Matemática. O grau de confiabilidade resultante da avaliação dos pareceristas apresentou um valor geral para o alfa de Cronbach de 0,8766 e o grau de confiabilidade por questões apresentou os valores do alfa de Cronbach variando de 0,8489 a 0,8818 (mínimo e máximo). Os valores obtidos indicam um grau de confiabilidade bom, de acordo com a tabela de correspondência de Lee Cronbach (CRONBACH, 1951). No que se refere a análise qualitativa proveniente das considerações dos pareceristas sobre o material avaliado, constatou-se que, em relação à aparência, as imagens são atraentes, os temas e informações propostos dialogam com a faixa etária a qual se destina o produto, são atuais, interessantes e variados, além de estarem próximos da realidade dos alunos. Sobre o conteúdo, os avaliadores consideram que Polya (1995) é realmente o marco teórico mais adequado para dar suporte às reflexões sobre a resolução de problemas, sendo unânimes em responder que os problemas apresentados possibilitam estabelecer relações com situações cotidianas, contemplando conteúdos presentes no currículo de Matemática das séries iniciais do ensino fundamental de maneira interdisciplinar. Desse modo, conclui-se que o material tem o potencial de desenvolver aquilo que se propõe. Contudo, o investimento na formação continuada dos professores foi uma necessidade apontada pelos avaliadores, para que a proposta apresentada neste ou em qualquer outro material didático possa ser desenvolvida de forma satisfatória.