Personagens femininas na história: a literatura como fonte histórica e a oralidade para a emancipação dos sujeitos

Abstract

O ensino de História nas escolas brasileiras, predominantemente de caráter eurocêntrico, produziu diversos apagamentos históricos e distanciou os educandos das aprendizagens da disciplina de História. Atualmente, as abordagens de ensino que consideram “as histórias que a história não conta”, como enunciou o samba enredo da Mangueira em 2018, têm ganhado força no meio educacional. Acredita-se que a literatura, ao estimular a oralidade, potencialize as aprendizagens dos educandos na disciplina de História nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Dessa forma, esta pesquisa tem como objetivo viabilizar, através da literatura sobre mulheres brasileiras e da valorização da oralidade, a compreensão das narrativas históricas, estimulando nos educandos uma relação crítica e de maior participação dialógica nas questões do tempo presente. Esta pesquisa pretende responder à seguinte questão: A literatura, como uma abordagem que valoriza a oralidade, é uma estratégia para uma aprendizagem significativa na disciplina de História nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental? Para responder a essa questão, foi realizada uma oficina com alunos de 4º e 5º anos do Ensino Fundamental do Colégio Pedro II - Campus Humaitá I, cuja temática foi o protagonismo das mulheres na construção histórica do nosso país, valorizando suas contribuições e problematizando os apagamentos que essas histórias sofreram ao longo do tempo. Durante os encontros da oficina, os estudantes estudaram sobre mulheres brasileiras e, posteriormente, produziram um podcast, destacando os seus discursos orais no processo de ensino-aprendizagem. Baseado na oficina, foi desenvolvido, como produto educacional, intitulado “Caderno de Possibilidades: pelo ensino de uma História outra”, contendo as etapas que foram desenvolvidas para a gravação do podcast. Acredita-se que esta pesquisa tem potencial para estimular o trabalho com a literatura e a oralidade como estratégias didáticas para criar aprendizagens mais significativas sobre as narrativas históricas brasileiras.