A autoeficácia docente de professores de educação física para o ensino na educação infantil

Abstract

A Educação Física vem ganhando cada vez mais espaço na Educação Infantil e nas produções acadêmicas. Porém, a prática pedagógica ainda parece distante das necessidades e especificidades dessa etapa da educação básica, tendo em vista uma lacuna nos cursos de formação inicial do professor de Educação Física no que se refere à instrumentalização para a prática pedagógica e o trato dos conhecimentos relativos à criança pequena. Isso revela a necessidade de o professor buscar na formação continuada subsídios para ampliar seus conhecimentos para atuar com a Educação Física na Educação Infantil. Busca-se, por meio da formação continuada, que as práticas pedagógicas da Educação Física da Educação Infantil superem uma concepção de criança reducionista e universal. O objetivo desta pesquisa é analisar o potencial que a formação continuada, por meio de um curso de extensão, com ênfase na problematização de questões relacionadas ao ensino de Educação Física na Educação Infantil, tem para fomentar crenças de autoeficácia docente de professores de Educação Física que atuam nessa etapa. A metodologia, de abordagem qualitativa, caracteriza-se como uma pesquisa exploratória e descritiva. Os dados produzidos por meio de questionários foram analisados e organizados em 4 categorias: aspectos gerais da Educação Física na Educação Infantil; autoeficácia docente; fontes de autoeficácia; e formação continuada. Os participantes declararam ter uma percepção positiva de autoeficácia docente para atuar com a Educação Infantil, uma percepção negativa de autoeficácia para atuar com crianças de 2-3anos e declararam se sentir mais capazes de atuar com estudantes desta etapa da Educação básica a partir do que foi trabalhado no curso de extensão. Concluiu-se que a formação continuada colabora no desenvolvimento das crenças de autoeficácia docente de professores de Educação Física para o ensino na Educação Infantil e a fonte de experiência direta foi indicada com maior influência na construção das crenças de autoeficácia docente, assim como apontado em estudos de autores como Bandura (1997), Iaochite (2007, 2014, 2016, 2018), Venditti Júnior (2014) e Costa Filho (2015, 2020).