Jornal escolar Paulo de Frontin

Abstract

O trabalho apresenta uma reflexão crítica sobre os desafios da leitura e da escrita no Ensino Médio, tomando como objeto de análise a realidade da Escola Estadual Paulo de Frontin. Parte-se do pressuposto de que a comunicação escrita constitui um instrumento essencial para a formação cidadã e para o desenvolvimento da consciência social, porém a escola pública brasileira tem falhado ao não proporcionar condições adequadas para que o estudante desenvolva plenamente essas competências. Entre os fatores apontados estão as políticas de aprovação automática, que promovem os alunos sem a devida aquisição de competências, e a metodologia tradicional baseada no ensino isolado da gramática normativa, desvinculado de contextos significativos de uso da língua. Tais práticas resultam em altos índices de semialfabetização e na formação de analfabetos funcionais, comprometendo a autonomia leitora e escritora dos jovens. Diante desse cenário, o autor propôs como alternativa pedagógica a criação do Jornal Paulo de Frontin, um espaço de produção textual voltado para a prática real de leitura e escrita em diversos gêneros, elaborado por alunos e destinado aos próprios colegas. O projeto tem como finalidade romper com a prática escolar centrada no professor, que impõe textos e temas desarticulados do universo dos estudantes, e incentivar a expressão criativa, crítica e autônoma, valorizando o protagonismo discente. Além disso, o jornal busca aproximar a escrita da vida cotidiana, tornando a leitura e a produção textual atividades prazerosas, vinculadas à realidade social e cultural dos educandos. Os resultados evidenciam que a proposta favorece a motivação dos estudantes e amplia seu interesse pela leitura e pela escrita, ao mesmo tempo em que possibilita contato com diferentes gêneros textuais, desde reportagens até crônicas, poesias, charges e quadrinhos. O trabalho também promove a interação com a literatura nacional, apresentada não como modelo impositivo, mas como oportunidade de apreciação estética. Assim, o jornal se configura como recurso pedagógico capaz de integrar teoria e prática, fortalecer a criticidade, estimular a autoria e contribuir para a formação de cidadãos reflexivos e participativos. Conclui-se que a adoção de metodologias inovadoras, como a criação de jornais escolares, pode minimizar as defasagens provocadas tanto por políticas educacionais inadequadas quanto por práticas pedagógicas conservadoras. Mais do que um exercício de escrita, o jornal revela-se um instrumento de inclusão, engajamento e transformação social, reafirmando o papel da escola como espaço de formação integral e cidadã. [RESUMO GERADO POR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL]