Autoeficácia para a prática de atividades físicas: uma proposta para discutir educação em saúde nas aulas de educação física da educação de jovens e adultos

Abstract

No levantamento bibliográfico realizado no início dessa pesquisa, constata-se que no campo educacional ainda há um número baixo de pesquisas voltadas ao estudo da Teoria da Autoeficácia e suas relações com a Educação Física, com a Educação em Saúde e com a Educação de Jovens e Adultos. Por outro lado, observa-se que as escolas podem exercer um papel importante na educação para a saúde, sendo um ambiente de construção de conhecimento, com possíveis mudanças de comportamento, que podem prevenir problemas sociais relacionados à saúde, como a inatividade física. A presente pesquisa possui como objetivo geral construir uma unidade didática, fundamentada na Teoria da Autoeficácia, que auxilie a ação de professores de Educação Física e a conscientização dos estudantes no debate sobre a prática de atividades físicas e seus benefícios para a saúde na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Foram definidos três objetivos específicos: investigar crenças de autoeficácia para a prática de atividades físicas entre estudantes regularmente matriculados na EJA; investigar percepções sobre qualidade de vida e saúde entre estudantes regularmente matriculados na EJA; partilhar a proposta com os estudantes da EJA, com vistas ao aprimoramento do conteúdo da unidade didática. Trata-se de um estudo de caso exploratório, de caráter qualitativo. Seu público alvo serão os estudantes maiores de dezoito anos da Educação de Jovens e Adultos, do horário noturno, do Ensino Fundamental, de uma escola pública localizada no bairro da Pavuna, no Município do Rio de Janeiro. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: um questionário sociodemográfico, elaborado pela pesquisadora, para o conhecimento das características do público-alvo a ser investigado; a escala de avaliação de autoeficácia para prática de atividade física (RECH et al, 2011); o questionário WHOQOL – ABREVIADO Versão em Português (FLECK et al, 2000) sobre saúde e qualidade de vida e as rodas de conversa com os estudantes. Os dados foram analisados qualitativamente e com base em estatística descritiva. Um dos resultados aponta que a maior barreira para não se realizar a caminhada é a falta de tempo, principalmente para as estudantes do sexo feminino. Além disso, os estudantes possuem menor autoeficácia para praticar atividades físicas mais intensas. O produto educacional desenvolvido é a Unidade Didática Saúde na Escola, com o objetivo principal de servir como instrumento de conscientização dos estudantes e de ferramenta para o professor de Educação Física que deseja desenvolver a temática educação em saúde na escola com a EJA, por meio de reflexões e vivências planejadas com base na Teoria da Autoeficácia.