Baixada cruel: dialogicidade aliada à bagagem espacial como um arranque para uma aprendizagem significativa sobre Baixada Fluminense

Abstract

O presente trabalho tratará sobre as possibilidades que a educação, amparada pelo ensino de Geografia, oferece para uma ressignificação do senso comum sobre a Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro. Por entender que após a localidade vivenciar um processo de intensa produção de seu território, com o fim dos latifúndios e o início dos loteamentos no século XX, se instaurou um ambiente repleto de nuances e contradições ligados ao abandono do aparelho estatal e a tomada de poder via violência pelo domínio direto de grupos paramilitares e instituições religiosas cristãs neopentecostais, que atingem progressivamente os poderes executivos e legislativos municipais a partir dos anos 1980. Tendo este plano de fundo definido, a pesquisa buscará entender como a, em tese, intencional dificuldade de acesso à memória sobre a Baixada Fluminense, associada a todos estes processos violentos e a dados socioeconômicos problemáticos geram um impacto na dignidade e na autoestima da população baixadense. Mas, dentro disso, como a Educação, sobretudo a Geografia, aliada à bagagem espacial do aluno e à pedagogia dialógica, produzindo uma educação significativa, podem ser um vetor de incentivo à mudança deste cenário, mesmo em um contexto de manutenção do precariado professoral, tão presente nos tempos atuais na Educação, especialmente a periférica. Desta forma, a pesquisa, sob a ótica de um pesquisador participante, tentará unir forças de grandes pesquisadores da Geografia e da Educação como Milton Santos, Rogério Haesbaert, Marcelo Lopes de Souza, Paulo Freire, David Ausubel, Claudivan Lopes e Rafael Straforini com outros grandes pesquisadores da Baixada Fluminense como José Cláudio de Souza Alves, Marlúcia Santos de Souza e Edileuza Queiroz, a fim de lançar luz em uma região tão rica quanto estigmatizada, e inserir cada vez mais tal região nos estudos científicos tal qual sua complexidade pleiteia.

The present work will deal with the possibilities that education, supported by the teaching of Geography, offers for resignification of common sense about the Baixada Fluminense, metropolitan region of Rio de Janeiro. Understanding that after the location experienced a process of intense production in its territory, with the end of large estates and the beginning of subdivisions in the 20th century, an environment full of nuances and contradictions related to the abandonment of the state apparatus and the seizure of power was established via violence through the direct domination of paramilitary groups and neo-Pentecostal Christian religious institutions, which progressively reached the municipal executive and legislative powers from the 1980s onwards. With this background defined, the research will seek to understand how the, in theory, intentional difficulty in accessing memory about the Baixada Fluminense, associated with all these violent processes and problematic socioeconomic data, generates an impact on the dignity and self-esteem of the population of Baixada Fluminense. . But, within this, as Education, especially Geography, combined with the student's spatial baggage and dialogic pedagogy, producing a meaningful education, can be a vector of encouragement to change this scenario, even in a context of maintenance of the teacher precariat, present in the current times in Education, especially the peripheral one. In this way, the research, from the perspective of a participating researcher, will try to join forces of great researchers in Geography and Education such as Milton Santos, Rogério Haesbaert, Marcelo Lopes de Souza, Paulo Freire, David Ausubel, Claudivan Lopes and Rafael Straforini with others great researchers from Baixada Fluminense such as José Cláudio de Souza Alves, Marlúcia Santos de Souza and Edileuza Queiroz, in order to shed a light on a region that is as rich as it is stigmatized, and to increasingly insert this region in scientific studies as its complexity claims.