Práticas segregacionistas: a (in) visibilidade do corpo surdo na educação infantil

Abstract

O presente artigo defende mudanças que são essenciais para a inclusão na escola como um processo contínuo, repensando e dialogando sobre o olhar docente para o corpo da criança surda. Reconhecemos a psicomotricidade como um elemento indispensável para promover a inclusão. Suas investigações sobre o desenvolvimento corporal, psíquico e linguístico, em diversas abordagens, oferecem propostas visuais, motoras e experiências essenciais para trabalhar com corpos de diferentes ritmos e intensidades. o propósito deste artigo se apresenta em quatro objetivos: apresentar e discutir como relações sociais significativas podem ser estabelecidas com a criança surda nos espaços da educação pelo viés da Psicomotricidade; dialogar sobre como as relações e práticas pedagógicas podem contribuir para a visibilidade ou invisibilidade do corpo surdo na Educação Infantil; evidenciar as barreiras na luta para que haja visibilidade no espaço de formação das crianças, em meio às diversas abordagens pedagógicas segregacionistas que vão de encontro com a educação almejada das crianças surdas; e destacar a importância da implementação da Libras nas escolas desde a Educação Infantil. (Schaefer, 2017), enfatiza que, ampliar as possibilidades de aprendizagem e de atuação de alunos surdos não só dentro das instituições escolares, mas, também, além desses muros, na relação com uma sociedade em que a diversidade predomina e na qual se espera e se deseja uma relação de respeito e valorização das diferenças, de tal maneira que estas não sejam tratadas de forma menor. Quem melhor pode defender as necessidades da comunidade surda na sociedade brasileira são os próprios surdos e, para isso, eles precisam estar dotados e conscientes de suas potencialidades. De acordo com, (Skliar; Quadros, 2000), assim, não existe um único mundo disponível senão vários mundos que se impõem e superpõem , criando novas e complexas perspectivas sobre questões tais como cultura, línguas, identidades e diferenças. Como metodologia, a pesquisa utilizou meios bibliográficos (Lima & Mioto, 2007). Descobriu-se que não é a falta da língua oral / falada que desmistifica o não desenvolvimento da linguagem da criança surda, mas a invisibilidade do seu corpo, a falta de formação dos docentes sobre abordagens pedagógicas voltadas para a Libras e as potencialidades do corpo surdo, por fim, a visibilidade sobre como atender as crianças surdas.