Assim nasceu a estiva: a Resistência como memória e identidade do Império Serrano
| dc.contributor.advisor | Santos, Júlio Cesar Paixão | |
| dc.contributor.author | Garcia, Danilo Alegre | |
| dc.date.accessioned | 2024-04-07T21:41:25Z | |
| dc.date.available | 2024-04-07T21:41:25Z | |
| dc.date.issued | 2020 | |
| dc.degree.date | 2020 | |
| dc.degree.grantor | Colégio Pedro II/PROPGPEC | |
| dc.degree.level | Especialização | |
| dc.degree.local | Rio de Janeiro | |
| dc.degree.program | Especialização em Ensino de História | |
| dc.description.abstract | Procuramos aqui pensar numa possibilidade de uso do samba-enredo no ensino de história a partir da hipótese de que o processo de construção da narrativa de um desfile de escola de samba tem semelhanças com o fazer historiográfico. Defendemos que os sambas e enredos que têm forte conotação política, com grande sucesso recente, não são exceções, mas episódios frequentes ao longo do tempo nas escolas de samba. Para comprovar a veracidade das afirmativas, nos concentramos na história do Império Serrano, agremiação fundada por sindicalistas da categoria dos portuários. Procuramos entender as características demográficas e a formação da classe operária no Rio de Janeiro na virada do século XIX para o XX, para analisar a relevância da Sociedade de Resistência dos Trabalhadores de Trapiche e Café, fundada em 1905, um dos primeiros sindicatos de maioria negra no país. Posteriormente, buscamos estabelecer uma ligação entre esses trabalhadores e as associações recreativas que surgiram na região portuária no início do século XX. Observamos que muitos sambistas, compositores e praticantes de ranchos eram trabalhadores portuários, e que algumas organizações recreativas eram usadas como espaço de manifestação política. Abordamos o declínio de ranchos e cordões e o incentivo do poder público para a valorização do samba como gênero de identidade nacional, especialmente na década de 30, quando o modelo de escola de samba, aos poucos, se consolidou. Em fins da década de 40, no Morro da Serrinha, foi fundado o Império Serrano, agremiação que nasceu de uma dissidência do Prazer da Serrinha, cuja diretoria era autoritária e centralizadora. O Império foi fundado e dirigido por trabalhadores portuários, como Sebastião Molequinho, João Gradim e Eloi Antero Dias, o Mano Eloi, que chegou a ser diretor da Resistência. A agremiação teve rápida consolidação entre as grandes do carnaval, vencendo os 4 primeiros campeonatos que disputou, o que pode ser atribuído à experiência sindical de seus fundadores. Por fim, procuramos analisar as transformações no ofício do compositor de samba-enredo e o processo de construção de um samba, que inclui uma pesquisa, a elaboração de uma sinopse e um processo interno de escolha de samba, com obras concorrentes. Esse processo é rico porque mostra diversas mediações e circularidade de informações: compositores dialogam com memória, história e o saber acadêmico para construírem uma obra de arte popular. Nesse processo, costumam dialogar com a identidade das agremiações, que pode ser analisada pela perspectiva das temáticas de enredos recorrentes. No caso do Império, observamos que havia três tipos de temáticas recorrentes que podem dialogar com a experiência sindical de seus fundadores: liberdade, cidadania e defesa das tradições ante o poder econômico. Por fim, analisamos o samba O Rio corre para o mar, de 2001, onde, pela primeira vez, a escola exalta sua ligação com a história da região portuária, numa perspectiva de continuidade com enredos anteriores, apontando para seu uso no ensino de história para facilitar compreensão da prática do fazer historiográfico como um processo de construção. | pt_BR |
| dc.description.abstract | This study explores the potential of using samba-enredo (thematic samba songs) as a tool for teaching history, based on the hypothesis that the process of constructing a samba school parade narrative shares similarities with historiographical practice. We argue that politically engaged sambas and parade themes, often viewed as recent exceptions, are in fact a recurring feature throughout the history of samba schools. To support this claim, we focus on the history of Império Serrano, a samba school founded by port workers’ union members. The study investigates the demographic profile and formation of the working class in Rio de Janeiro at the turn of the 20th century, emphasizing the significance of the Sociedade de Resistência dos Trabalhadores de Trapiche e Café, founded in 1905 as one of Brazil’s first Black-majority unions. We establish links between these workers and the emergence of recreational associations in the port region, noting that many samba practitioners were also port workers and that such spaces often served as venues for political expression. We examine the decline of earlier forms such as ranchos and cordões, alongside the state's promotion of samba as a national cultural symbol during the 1930s, which led to the consolidation of the samba school model. Império Serrano, founded in the late 1940s on Morro da Serrinha as a breakaway from the authoritarian Prazer da Serrinha, quickly rose to prominence, winning its first four carnival competitions—a success largely attributed to the union organizing experience of its founders, such as Sebastião Molequinho, João Gradim, and Eloi Antero Dias (Mano Eloi). The paper also analyzes changes in the role of the samba-enredo composer and the song creation process, which involves research, the drafting of a synopsis, and an internal selection process with multiple entries. This dynamic reveals a rich interplay of memory, history, and academic knowledge, as composers draw from these sources to create popular artistic expressions that also engage with the identity of their samba schools. In Império Serrano’s case, recurring themes—freedom, citizenship, and the defense of tradition against economic power—reflect the school’s labor origins. We conclude by examining the 2001 samba "O Rio corre para o mar", which for the first time explicitly celebrates the school’s connection to the port region’s history, offering a compelling example of how samba-enredo can be used in history education to illustrate the process of historical narrative construction. | en |
| dc.identifier | http://www.cp2.g12.br/blog/propgpec/pos-graduacao/lato-sensu/ensino-de-historia/apresentacao/ | |
| dc.identifier.citation | GARCIA. Danilo Alegre. Assim nasceu a estiva: a Resistência como memória e identidade do Império Serrano. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ensino de História) – Colégio Pedro II, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Rio de Janeiro, 2020. | |
| dc.identifier.uri | https://petrus.cp2.g12.br/handle/123456789/3053 | |
| dc.language | pt_BR | |
| dc.subject | História - Estudo e ensino | |
| dc.subject | Memória coletiva | |
| dc.subject | Identidade social | |
| dc.subject | Samba | |
| dc.subject | Sindicalismo | |
| dc.title | Assim nasceu a estiva: a Resistência como memória e identidade do Império Serrano | |
| dc.type | Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) |
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