A biologia como instrumento de inclusão: apresentação de uma sequência didática sobre o conceito de espécie e a construção de modelos proteicos para a naturalização das diferenças

Abstract

O ambiente escolar conjuga uma grande pluralidade de pessoas. Os estudantes diferenciam se por serem típicos ou atípicos, pelas suas crenças, orientações sexuais, gêneros e em outras esferas. Embora esta diversidade esteja presente, comumente encontram-se salas de aula em que o desrespeito às diferenças se mostra recorrente e isso é evidenciado com o bullying. O presente trabalho propõe apresentar uma alternativa, a partir de uma sequência didática, para desconstruir preconceitos. Para isso, foram usados como base, documentos oficiais que legitimam a proposta aqui presente, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e a Declaração de Salamanca (1994), que traz luz ao atendimento escolar voltado à educação inclusiva destacado no texto. O aumento da diversidade escolar chama a atenção para a necessidade de empregar novas práticas pedagógicas, como a proposta neste trabalho, e que tenham o potencial de acolher e desenvolver os nossos estudantes tanto cognitivamente quanto socialmente. Para tal, o eixo norteador da sequência foi Ecologia e Genética. A sequência foi dividida em duas etapas, ambas explorando o lúdico e estimulando a investigação. A primeira etapa teve o objetivo de desconstruir preconceitos, por meio de conceituação de espécie biológica e a percepção da existência natural de diversidade nas populações. Na segunda etapa, foram construídos modelos de estrutura primária de proteínas, a partir da tradução de RNAm mutado e não mutado, dando enfoque a esta força propulsora da evolução, e diretamente relacionada à diversidade presente na natureza. Ambas as etapas utilizaram imagens, leitura de texto e análise de vídeo para desenvolver as atividades.