Memória, religiosidade e afetividade

Abstract

O presente trabalho buscará pensar e teorizar construções, saberes e fazeres artístico-visuais que tiveram por ponto de partida jornada espiritual da autora. Ao longo do texto almeja-se estabelecer conexões entre as religiões de matrizes africanas e percurso individual, seja nas relações de fé, seja nas criações artísticas; refazendo através do percurso da memória os caminhos dos sincretismos religiosos familiares e sociais que nos atravessam ao longo da vida impactando diretamente em nossa construção identitária. Ao longo do texto dialogaremos com os autores Roberto Conduru e Monique Augras, que discutem a cultura afro-brasileira de forma histórica e sociocultural. Através das criações artísticas procuraremos estabelecer relações com a religiosidade e a espiritualidade, especialmente o Catolicismo e, sobretudo, a Umbanda. Tais relações se estabelecerão principalmente através da utilização de materiais religiosos de grande simbolismo, sempre na intenção de estabelecer conexões entre as visualidades e a memória afetiva. A escrita em articulação com as produções artísticas, tem por foco a narrativa do processo de construção e desconstrução pessoal das percepções acerca de paradigmas da religiosidade; apontando como a sociedade e os indivíduos têm sua percepção influenciada por pré-conceitos calcados na falta de conhecimento e, consequentemente, discriminação da cultura africana e afro-brasileira. Neste memorial de percurso temos a intenção de apresentar e pensar as produções artísticas inspiradas em vivências em estabelecimentos e terreiros de Umbanda, tendo por fio condutor trajetória espiritual pessoal.