No morro da favela: uma visita ao pós-abolição na cidade do Rio de Janeiro nas obras de Heitor dos Prazeres

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

Coorientador

Editor

Organizador

Ilustrador

Tradutor

Coordenador

Nome da universidade/Departamento

Colégio Pedro II/PROPGPEC

Programa de Formação

Especialização em Educação das Relações Étnico-Raciais no Ensino Básico (Ererebá)

Local

Rio de Janeiro

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

O presente trabalho constrói um diálogo entre a obra de Heitor dos Prazeres e as teorias decoloniais construídas por Walter Mignolo e outros autores contemporâneos. Esse diálogo passa pelo questionamento do conceito de “naïf “ enquanto adequado para Heitor dos Prazeres, mas também pelos debates atuais protagonizados por artistas negras e negros sobre a arte produzida por pessoas negros e negras no Brasil colônia, império e república. Esse questionamento levantado na contemporaneidade, no cenário internacional por Grada Kilomba e no nacional por Renata Felinto dos Santos e Yhuri Cruz, dentre outros artistas, é pautado na reflexão sobre quem tem o poder de nomear e definir dentro da nossa sociedade. Sendo assim, seria Heitor dos Prazeres um artista naïf ou essa visão é reducionista? A resposta a essa pergunta no presente trabalho é que a nomeação de Prazeres enquanto “artista näif” é sinônimo de uma redução de sua obra que elimina toda a complexidade e as múltiplas camadas sociais que são elaboradas pelo artista. Ao longo deste trabalho, estarão presentes reflexões sobre como o campo da arte esteve vinculado à narrativa oficial - branca, colonial e patriarcal - e reforçou essa marginalização de pessoas negras na sua representação enquanto vítimas ou criminosas, e sobre a marginalização da produção de artistas negros e negras na sociedade brasileira. A curadoria realizada pela elite artística branca incluiu obras como as de Heitor dos Prazeres no cenário da arte enquanto primitivas e menores, já que não passam pela produção acadêmica, enquanto esses artistas buscam retratar o seu dia a dia de forma humanizada e plena, como Heitor dos Prazeres o fez. Essas discussões funcionam para o embasamento de três propostas de ensino voltadas para a sala de aula nos três segmentos do ensino básico. Nessas propostas, estão presentes práticas pedagógicas com um olhar decolonial para a obra de Heitor dos Prazeres, as quais trazem consigo o protagonismo dos indivíduos negros retratados, infâncias negras e o pertencimento coletivo.

Abstract

The present work builds a dialogue between the work of Heitor dos Prazeres and the decolonial theories elaborated by Walter Mignolo and other contemporary authors. This dialogue involves questioning the concept of “naïf” as appropriate for Heitor dos Prazeres, but also the current debates carried out by black artists about art produced by black men and women in colonial, empire and republican Brazil. This questioning raised in contemporary times, on the international scene by Grada Kilomba and on the national scene by Renata Felinto dos Santos and Yhuri Cruz, among others Black artists, is based on reflection on who has the power to name and define within our society. Therefore, would Heitor dos Prazeres be a “naïf artist” or is this vision a reductionist one? The answer to this question in the present work is that the nomination of Prazeres as an artist näif is synonymous with a reduction of his work that eliminates all the complexity and multiple social layers that are elaborated by the artist. Throughout this work, reflections will be present on how the field of art is linked to official narrative - white, colonial and patriarchal - and reinforces this marginalization of black people in the representation of them as victims or criminals, as well as the marginalization of the production of artists black men and women in Brazilian society. The curatorship carried out by the white elite included works such as Heitor dos Prazeres in the art scene as primitive and minor productions, as they do not passed through academic production, while these artists seek to portray their daily lives in a humanized and full way, as Heitor dos Prazeres did it. These discussions work as a foundation for three teaching proposals aimed at the classroom in the three segments of basic education. These proposals include pedagogical practices with a decolonial look at the work of Heitor dos Prazeres, which bring with them the protagonism of the portrayed black individuals, black childhoods and collective belonging.

Descrição

Palavras-chave

Relações étnico-raciais - Estudo e ensino, Prazeres, Heitor dos, 1898-1966, Brasil - História - Abolição da escravidão, 1888, Decolonialidade, Rio de Janeiro (RJ) - História, Arte naif, Kilomba Grada, 1968-

Citação

Barros, Anelise Martins de. No morro da favela: uma visita ao pós-abolição na cidade do Rio de Janeiro nas obras de Heitor dos Prazeres. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Educação das Relações Étnico-Raciais no Ensino Básico (Ererebá)) – Colégio Pedro II, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Rio de Janeiro, 2021.

Fonte externa

Documento relacionado

Avaliação

Revisão

Suplementado Por

Referenciado Por

Este item está licenciado na CC BY-NC-SA 4.0