Formulação de problemas matemáticos pelos estudantes : reflexões sobre o campo conceitual

Abstract

Ao refletir sobre a maneira como a Matemática é ensinada, muitas vezes nosso olhar tem como referência a forma como a aprendemos quando éramos estudantes, um ensino muito pautado na memorização de algoritmos, macetes e procedimentos, transmitidos de forma unilateral, das professoras e professores às e aos estudantes, demonstrando considerar pouco os repertórios que elas e eles possuem. Na contramão deste imaginário, essa pesquisa teve a intenção de construir com eles e elas estratégias para que todos aprendessem, de forma dialógica, pois os/as estudantes, são vistos aqui como sujeitos da pesquisa. Nosso ponto de partida foi uma pergunta, que não é incomum em salas de aula de Ensino Fundamental: “Tia, aqui é para usar conta de mais ou de menos?” A recorrência desta pergunta impulsionou nossa busca por respostas, por meio de uma investigação para compreender os motivos pelos quais alguns e algumas estudantes apresentavam inúmeras dificuldades na resolução de problemas matemáticos. A partir de propostas que incentivaram os estudantes a formularem situações-problema, buscamos compreender se a formulação de problemas contribuiria para a aprendizagemensino do Campo Conceitual Aditivo, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Assim, nosso problema de pesquisa foi: Como a prática de formulação de problemas pode contribuir para a aprendizagemensino do Campo Conceitual Aditivo nos Anos Iniciais? Essa pesquisa, está inserida no Campo de Cotidiano e teve como pressupostos metodológicos, o paradigma da professora pesquisadora. A pesquisa foi realizada em uma escola pública federal, localizada na cidade do Rio de Janeiro e teve como sujeitos participantes estudantes do 3º e 4º anos do Ensino Fundamental. A análise dos problemas formulados pelos estudantes nos anos de 2018 e 2019 ocorreu utilizando a técnica de Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016). A partir desta análise, foi possível perceber ganhos na aprendizagem assim como ampliação de repertório matemático, pois as crianças deram significado às operações, identificando ações como juntar, acrescentar, retirar, completar e comparar. Desta forma, o movimento anterior de procurar números e palavras-chave em enunciados, que geralmente era acompanhado da pergunta sobre qual seria a operação mais adequada, passou a ser substituído pela mobilização dos conhecimentos referentes às ideias das operações de adição e subtração.

When reflecting on the way in which Mathematics is taught, our view often refers to the way in which we learned it when we were students, a teaching that is very much based on the memorization of algorithms, tricks and procedures, transmitted unilaterally, from teachers and professors to students. and students, demonstrating little regard for the repertoires they and they have. Contrary to this imaginary, this research was intended to build with them strategies for everyone to learn, in a dialogic way, because the students are seen here as research subjects. Our starting point was a question, which is not uncommon in Elementary School classrooms: “Auntie, is this to use too much or too little?” The recurrence of this question boosted our search for answers, through an investigation to understand the reasons why some students had numerous difficulties in solving mathematical problems. From proposals that encouraged students to formulate problem-situations, we sought to understand whether the formulation of problems would contribute to the learning-teaching of the Additive Conceptual Field, in the Initial Years of Elementary School. Thus, our research problem was: How can the practice of problem formulation contribute to the learning and teaching of the Additive Conceptual Field in the Early Years? This research is inserted in the field of everyday life and had as methodological assumptions, the paradigm of the researcher teacher. The research was carried out in a federal public school, located in the city of Rio de Janeiro and had as subjects participating students of the 3rd and 4th years of Elementary School. The analysis of the problems formulated by the students in the years 2018 and 2019 took place using the technique of Content Analysis (BARDIN, 2016). From this analysis, it was possible to perceive gains in learning as well as an expansion of the mathematical repertoire, as the children gave meaning to the operations, identifying actions such as joining, adding, removing, completing and comparing. In this way, the previous movement of looking for numbers and keywords in utterances, which was usually accompanied by the question of which would be the most appropriate operation, started to be replaced by the mobilization of knowledge regarding the ideas of addition and subtraction operations.