Como a psicomotricidade lida com a diferença?: gênero e raça no campo psicomotor

Abstract

O presente trabalho problematiza o campo psicomotor ao questionar como o mesmo lida com a diferença, destacando aqui as questões relativas a gênero e raça. Dentre os objetivos da presente produção está: entender como a prática psicomotora lida com a diferença de gênero e racial; pesquisar como o campo da psicomotricidade lida com a diferença; analisar os significados atribuídos a gênero e raça nos estudos psicomotores; investigar as produções de congressos de psicomotricidade a fim de entender qual a posição que as questões de gênero e raça ocupam no campo da Psicomotricidade. Para esse empreendimento apresenta a psicomotricidade enquanto ciência, utilizando marcos históricos para a formação da nova ciência. Para em seguida definir raça e gênero e articular esses conceitos com nossa produção identitária. Dentre os resultados encontrados no levantamento feito está uma baixa presença do tema gênero na produção do campo psicomotor, sendo encontrados somente dois trabalhos com essa temática, e uma invisibilidade da temática racial, uma vez que não foram encontrados textos relacionando essa temática com a psicomotricidade. Através desses resultados podemos concluir a falta de debate no campo psicomotor sobre a diferença o que pode comprometer os pressupostos básicos de formação da psicomotricidade, entendida como uma tentativa moderna de reunir corpo e mente, levando os sujeitos sociais a um maior equilíbrio. Tem-se através dos resultados desse estudo a necessidade de que o campo psicomotor desenvolva mais seu olhar para as diferenças que constituem os sujeitos sociais.

The present work problematizes the psychomotor field by questioning how it deals with difference, highlighting issues related to gender and race. Among the objectives of this production are: understanding how psychomotor practice deals with gender and racial differences; research how the field of psychomotricity deals with difference; analyze the meanings attributed to gender and race in psychomotor studies; investigate the productions of psychomotricity congresses in order to understand the position that gender and race issues occupy in the field of psychomotricity. For this undertaking, it presents psychomotricity as a science, using historical landmarks for the formation of the new science. To then define race and gender and articulate these concepts with our identity production. Among the results found in the survey carried out is a low presence of the gender theme in the production of the psychomotor field, with only two works found with this theme, and an invisibility of the racial theme, since no texts were found relating this theme to psychomotor skills. Through these results we can conclude the lack of debate in the psychomotor field about the difference, which could compromise the basic assumptions of the formation of psychomotor skills, understood as a modern attempt to bring together body and mind, leading social subjects to a greater balance. Through the results of this study, there is a need for the psychomotor field to further develop its perspective on the differences that constitute social subjects.