Cursos superiores de música: um panorama preliminar segundo o Censo da Educação Superior

Abstract

O valor de uma informação está diretamente associado à qualidade dos dados que a compõem. No Brasil, pouco se sabe acerca dos cursos de Música quando se pretende elaborar estruturas curriculares que atendam a demandas regionais que consideram os possíveis reflexos causados por mudanças na legislação ao longo de um determinado período de tempo. Acredita-se que esta dificuldade advém, não só da escassez dos dados necessários, mas, também, pela imaturidade dos modelos de dados, quando disponíveis, para realização de análises mais complexas. A partir destas hipóteses, esta pesquisa apresenta informações quantitativas com o objetivo de traçar um panorama preliminar dos cursos superiores da área de Música no Brasil. Para isso, como base documental, foram tomados os microdados do Censo da Educação Superior realizado anualmente, referentes ao período de 2009 a 2019, e disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC) pelo portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), na Internet. Os conjuntos de dados 'alunos' e 'cursos', utilizados para extração das informações observadas por esta pesquisa, foram gerados a partir da unificação de diferentes arquivos em um único banco de dados. Em seguida, foram aplicados os processos de seleção, pré-processamento e transformação, a fim de se obter o máximo de confiança nas informações apresentadas. As observações partiram de um cenário que reflete os cursos superiores de Música identificados no Brasil a partir de 2009. Em seguida, foram observadas informações em dois cortes temporais; o primeiro em 2012, motivado pela Lei no 11.769, de 18 de agosto de 2008, e o segundo, a partir de 2016, motivado pela Lei no 13.278, de 2 de maio de 2016. Embora não sejam conclusivas, as observações apresentadas nesta pesquisa apontam para um caminho que valoriza a qualidade das informações, uma vez que os dados utilizados foram extraídos de fontes oficialmente reconhecidas pelo MEC. Acredita-se, com isto, que os resultados alcançados sejam capazes de orientar, ainda que de forma preliminar, análises mais profundas para tomadas de decisões mais assertivas na oferta de novos cursos superiores de Música ou na reformulação daqueles já existentes.