A intervenção psicomotora na escola: ressignificando as práticas do orientador educacional

Abstract

O orientador educacional é o profissional da educação que atua como mediador entre o aluno, as situações de caráter didático-pedagógico e as situações socioculturais por meio da problematização, construção de relações e o desenvolvimento da consciência crítica. Para tal, necessita compreender o desenvolvimento cognitivo do aluno, sua afetividade, emoções, sentimentos, valores, atitudes e relações que estabelece. Na história da Orientação Educacional há uma recente preocupação dos orientadores em pesquisar suas práticas. Na perspectiva do sujeito integral, multicultural e multideterminado, a Psicomotricidade oferece caminhos para pensar a prática da Orientação Educacional no âmbito escolar. A Psicomotricidade enquanto ciência da educação é o campo do conhecimento que investiga a complexidade humana, entre o psiquismo e a motricidade, através das relações que o sujeito estabelece com o eu, o outro e o objeto. Considera o corpo como elemento central na formação geral do ser humano e, portanto, necessita ser trabalhado no aspecto sensorial, motor e afetivo. O presente trabalho se propõe a investigar os caminhos que a Psicomotricidade pode oferecer no embasamento de uma ação sistematizada, no âmbito do individual e do coletivo, na prática do orientador educacional. A pesquisa utiliza a revisão dos estudos de Wallon, Lapierre e Aucouturier, Fonseca, Mastrascusa e Franch e outros e propõe uma prática de intervenção psicomotora com alunos do 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública federal no município do Rio de Janeiro. O estudo revela que a intervenção psicomotora é um instrumento de ressignificação da atuação do orientador educacional na promoção de aprendizagens, que pensa o aluno na sua integralidade e individualidade, enquanto sujeito histórico e social. A pesquisa identifica que as práticas que propõe o uso do corpo ainda enfrentam desafios e resistências por parte da gestão, alunos, professores, famílias e que necessitam de pesquisas e debates capazes de construir uma cultura que compreende o corpo em movimento e em relação no espaço escolar.