As disputas pela significação da identidade negra nos livros didáticos de geografia: uma investigação na coleção Araribá do PNLD

Abstract

Este artigo busca identificar os sentidos de identidade negra que tentam ser fixados nos livros didáticos de Geografia para o 7º e 8º ano do Ensino Fundamental Anos Finais. A coleção de livros analisada participa do Programa Nacional do Livro Didático - PNLD. Através dos aportes pós-estruturais, pós-fundacionais e decoloniais, o livro didático é entendido como discurso, política e currículo. A identidade negra é pensada neste trabalho como parte dos discursos culturais em um terreno fragmentado, em movimento. Defende-se que as perspectivas decoloniais no Ensino de Geografia como uma alternativa às expectativas eurocêntricas. Para tal, operamos com a Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe. A abordagem dos livros didáticos se deu em etapas, a saber: seleção dos livros do PNLD; leitura do sumário; interpretação das imagens e a criação de categorias; diálogo entre as imagens e o referencial teórico. Os resultados possibilitaram identificar a produção de sentidos pelos discursos imagéticos dos livros e interpretá-los através de categorias, sendo 1- coloniais; 2 - pobreza e precarização; 3 - culturais; 4 - subversivo a novas significações do negro no Brasil e Mundo. As imagens dos livros reforçam o poder da negociação política que retrata o “negro” em contextos escravocratas e em posições sociais incomuns, marcando a presença da tradição e tradução escolar.

Este artículo busca identificar los significados de la identidad negra que intentan fijarse en los libros de texto de Geografía de 7º y 8º de los últimos años de la Educación Primaria. La colección de libros analizados participa del Programa Nacional de Libros de Texto - PNLD. A través de contribuciones posestructurales, posfundacionales y descoloniales, el libro de texto se entiende como discurso, política y currículo. En este trabajo se piensa en la identidad negra como parte de discursos culturales en un terreno fragmentado y en movimiento. Se sostiene que las perspectivas decoloniales en la enseñanza de la geografía son una alternativa a las expectativas eurocéntricas. Para ello, operamos con la Teoría del Discurso de Laclau y Mouffe. El acercamiento a los libros de texto se realizó por etapas, a saber: selección de libros del PNLD; leyendo el resumen; interpretación de imágenes y creación de categorías; diálogo entre las imágenes y el marco teórico. Los resultados permitieron identificar la producción de significados a través de los discursos imaginativos de los libros e interpretarlos a través de categorías, siendo 1- colonial; 2 - pobreza y precariedad; 3 - culturales; 4 - subversivo a nuevos significados del negro en Brasil y el mundo. Las imágenes de los libros refuerzan el poder de negociación política que retrata al “negro” en contextos esclavistas y en posiciones sociales inusuales, marcando la presencia de la tradición y la traducción escolar.