A pedagogia decolonial : uma proposta de urgência para a educação brasileira

Abstract

O presente trabalho pretende contribuir com o debate sobre a pedagogia decolonial e a importância de sua implementação como potência transformadora da realidade sociopolítica brasileira e latinoamericana, visando a emancipação dos sujeitos e a mudança dos paradigmas educacionais. Através da perspectiva proporcionada pelo conceito de Colonialidade, do sociólogo peruano Aníbal Quijano, busca observar a manutenção da dominação/exploração colonial/racial após a Proclamação da República, em 1889, no Brasil; e analisar a invenção da raça e, consequentemente, o racismo como elemento fundante e essencial das relações sociais, políticas e econômicas do mundo capitalista moderno globalizado. O conceito de pedagogia decolonial proporciona aqui o diálogo entre projeto político-pedagógico e o padrão de poder global racista, cujo entrelaçamento atua diretamente sobre à formação das subjetividades dos sujeitos implicados nos processos educacionais, formais ou informais. Esta atuação é compreendida a partir dos estudos e pensamentos de Frantz Fanon sobre a subalternização violenta e profunda dos sujeitos racializados intrínseca às relações coloniais

This paper aims to contribute to the debate on decolonial pedagogy and the importance of its implementation as a transformative force in the sociopolitical reality of Brazil and Latin America, aiming at the emancipation of individuals and the change of educational paradigms. Through the perspective provided by the concept of Coloniality, by the Peruvian sociologist Aníbal Quijano, it seeks to observe the maintenance of colonial/racial domination/exploitation after the Proclamation of the Republic in 1889 in Brazil; and to analyze the invention of race and, consequently, racism as a founding and essential element of the social, political and economic relations of the modern globalized capitalist world. The concept of decolonial pedagogy provides here the dialogue between the political-pedagogical project and the pattern of racist global power, whose intertwining acts directly on the formation of the subjectivities of the individuals involved in the educational processes, whether formal or informal. This action is understood from the studies and thoughts of Frantz Fanon on the violent and profound subordination of racialized individuals intrinsic to colonial relations.