Quintais de “alegrim” que alegram: a potência das vivências na natureza para a construção de práticas psicomotoras desemparedadas

Abstract

Este trabalho se dedica a refletir sobre a potência das experiências brincantes ao ar livre vivenciadas por uma professora de Educação Infantil e suas crianças nos quintais de um Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) no Rio de Janeiro, entre os anos de 2019 e 2021. A necessidade deste estudo surgiu no contexto de participação da educadora em um curso de pós-graduação em Educação Psicomotora, no qual se viu diante da necessidade de fundamentar teoricamente aquilo que já observava no seu corpo e nos corpos de outros docentes e nas expressões corpóreas das suas crianças, no que diz respeito ao estreitamento de vínculos de cuidado e carinho entre os sujeitos, o aumento da atenção e dedicação nas propostas pedagógicas, o bem-estar, a alegria em habitarem o espaço educativo e a construção de uma identidade positiva de si mesma, quando passou a garantir as brincadeiras diárias com a terra, com a água, com o vento, com o sol, com as plantas e com os demais seres vivos de seus territórios. Assim, investidas do escopo teórico das pesquisas participantes, em consonância com as pistas da cartografia e das metodologias narrativas, houve a intenção de justapor as lentes dos estudos da Psicomotricidade, estudos da Educação Infantil e da Filosofia, revisitando os registros audiovisuais – fotos e vídeos – contidos nos acervos pessoais, a fim de ressignificar as práticas educativas na natureza e contribuir com colegas educadoras com uma fundamentação teórico-prática que possa sustentar a busca por uma educação pelo desemparedamento de corpos, currículos e sonhos, ampliando as possibilidades coletivas de cuidado e liberdade de existência.