Corpos em relação no cotidiano da educação infantil

Abstract

Este trabalho tem como escopo principal refletir sobre as possibilidades de contribuição da Educação Psicomotora no olhar do professor para as relações e interações entre os corpos no espaço/tempo da Educação Infantil, a partir da observação desses espaços/tempos, e de todas as significações acerca das relações entre os corpos presentes, em uma escola pública do município do Rio de Janeiro. A relevância dessa pesquisa está em olhar a complexidade dessa realidade para refletir novas formas de atuação, visando a melhoria de qualidade no processo educacional a partir do olhar psicomotor. A metodologia adotada foi a investigação bibliográfica e a pesquisa ação realizada em uma escola pública municipal do Rio de Janeiro de Educação Infantil, refletindo sobre a mesma com base nos estudos bibliográficos sobre o assunto, e tendo, como potência teórica metodológica, a concepção de devir (DELEUZE, 1992). Para tanto, foram trazidos recortes de reflexões sobre a prática extraída de um diário de bordo, produzido durante a pesquisa de campo, tecendo uma relação com as ideias de Wallon (2007), Lapierre e Aucouturier (1988), como principais teóricos, e de outros autores que contribuem para essa reflexão, que também foram utilizados no decorrer da construção dessa obra. Para entendimento da história da Educação Infantil e da Psicomotricidade, as leis brasileiras que tratam da infância e da educação, também foram analisadas, com o intuito de enriquecer o estudo e as reflexões aqui apresentadas, como também a obra de Mattos e Kabarite (2016), para entender a origem da Psicomotricidade nos estudos sobre educação. O caminho percorrido durante a pesquisa se dividiu em quatro etapas: observar, registrar e dialogar sobre a relação entre os corpos adultos e a dissociação entre o cuidar e o educar; observar, registrar, refletir e dialogar sobre os corpos infantis e suas relações entre eles; desenvolver uma reflexão acerca dos corpos infantis, sua relação com os espaços/tempo na rotina; e, por fim, pensar em novas possibilidades de atuação a partir do olhar da Psicomotricidade nas práticas observadas, tendo, como foco, as relações das crianças com seus próprios corpos, com outros corpos (de crianças ou adultos) e com o espaço em que atuam. Nessa travessia, percebi uma grande transformação pessoal e também como educadora, o que me faz buscar, a cada dia, prosseguir em busca de uma educação que compreenda o ser humano em sua totalidade.