Aulas experimentais de ciências e biologia para estudantes com transtorno do espectro autista: possibilidades de letramento científico

Abstract

Esta pesquisa se encontra inserida na temática da “Inclusão” e do “Ensino de Ciências e Biologia” trazendo como questionamento: como o uso da experimentação no ensino de ciências e biologia pode contribuir para o letramento científico dos estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Para responder essa questão, como objetivo geral investigou-se as possibilidades de promoção do Letramento Científico de estudantes com Transtorno do Espectro Autista, a partir do desenvolvimento de atividades experimentais no Ensino de Ciências e Biologia. Acredita-se que seja possível trabalhar a experimentação com estudantes com TEA devido às condições que a experimentação apresenta que se encaixam com as necessidades desses indivíduos. Acredita-se, também, que para transpor a barreira de socialização que os indivíduos com TEA possuem, a experimentação é uma ferramenta importante para interação com os colegas de classe. Para discussões sobre o TEA, a experimentação e o letramento científico são feitos diálogos com referências consagradas nessa área. Para a realização da presente pesquisa foram utilizados elementos de pesquisa-ação, por entender que existe um envolvimento da professora pesquisadora no percurso do trabalho. A coleta de dados deu-se a partir de um minicurso, dividido em módulos, realizado em formato de ensino à distância com professores da educação básica que se interessavam ou trabalhavam com o tema do autismo. A realização do minicurso se deu dessa forma devido ao momento pandêmico vivido durante o percurso da presente pesquisa. Os professores cursistas receberam artigos científicos e vídeos acerca dos temas apresentados no trabalho, apresentados em cada módulo do minicurso. Ao final de cada módulo foram aplicados questionários sobre os temas discutidos. O último questionário levava em consideração tudo o que havia sido discutido nos módulos anteriores para que se avaliasse as atividades experimentais propostas e se elas poderiam auxiliar no alcance do letramento científico em estudantes com o TEA. Todos os dados coletados foram tratados e analisados com o método da Análise de Livre Interpretação (ALI) e a partir disso objetivos da pesquisa foram cumpridos, concluindo-se que, a partir das atividades apresentadas, os estudantes com TEA podem alcançar o letramento científico. Em conjunto a essa pesquisa elaborou-se um produto educacional, que é um caderno de atividades experimentais com textos abordando os temas principais que permeiam as atividades propostas, que também se encontram dispostas nesse caderno. Além disso, o caderno foi pensado de forma que o trabalho do professor seja facilitado e aprimorado de forma a auxiliar os seus estudantes.