O racismo no perfil da população carcerária feminina da Casa de Detenção do Distrito Federal entre 1910 e 1911
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Colégio Pedro II/PROPGPEC
Programa de Formação
Especialização em Ensino de História da África
Local
Rio de Janeiro
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Resumo
Segundo Margareth Rago (1995), a história foi a disciplina que mais tardiamente se apropriou da categoria “mulher” como objeto de pesquisa, pois acreditava-se que ela já estava inserida na narrativa histórica. Em diálogo com uma produção acadêmica internacional e diante da pressão do movimento feminista, a historiografia brasileira rompeu esse silêncio sobre as mulheres em 1970, mas pouco se dedicava ao estudo delas como sujeitos históricos. A partir de 1980, um novo paradigma, inspirado pelas ideias thompsonianas focou na ação dessas figuras femininas e demonstrou que existiam múltiplas identidades naquela categoria. No entanto, até então, essa historiografia não estava preocupada em racializar esses debates, concentrando-se mais na figura da mulher branca e deixando de lado as relações étnico-raciais e suas preocupações. Conforme afirma Silvia Lara (1998), tal cenário mudou com a crítica ao suposto estado de anomia dos egressos da escravidão do período republicano. Em consonância com essa última historiografia, a partir da análise quantitativa e qualitativa do livro de matrícula das detentas da Casa de Detenção do Distrito Federal entre 1910 e 1911, da imprensa, da legislação e dos relatórios ministeriais da época, esta pesquisa emprega um jogo de escalas para compreender como o racismo no perfil das mulheres afrodescendentes presas naquela instituição prisional se articula com o contexto do Brasil pós-abolição. Com base nessas observações, ao final, foi desenvolvida uma sequência didática que relaciona o olhar ordenador e racista da polícia, da justiça e da sociedade sobre a população negra carcerária naquela época e hoje.
Abstract
According to Margareth Rago (1995), History was the discipline that took long to appropriate the category women as a research object, as it was believed it was already inset on the historical narrative. On dialog with an international academic production and facing the feminist movement pressure, Brazilian historiography broke this silence about women in 1970, but little was dedicated to the study of them as historical subjects. From the decade of the 1980s, a new paradigm, inspired by Thompsonian ideas, focused on the action of these feminine figures and demonstrated that there were multiple identities in this category. Despite this, yet, this historiography was not concerned with racializing these debates, focusing more on the figure of the white woman and leaving aside the ethnic and racial relations and their concerns. As affirmed by Silvia Lara (1998), this scenery changed with the critics on the lack of agency, enslaved by the violence of captivity that supposedly maintained the captive on a stage of anomie and marginalization, preventing them from imposing as a social category at the republican period. Aligning with this last historiography, from the analysis of the registry book of the Casa de Detenção do Distrito Federal - Federal District’s Detention Center - between the years of 1910 and 1911, the press, the legislation and the ministerial reports of the time, this research aims to display that the black women were more exposed to situations of violence in contrast to white women, and that they improvised ways of informal survivency which contradicted the concept of work defended by the elite. In addition, it is also seen how the prison work performed by the incarcerated women had its ruptures and continuity with the slave work. Based on these observations, a didactic sequence was elaborated, that relates the ordering and racist view from the police, the justice system and from society about the black incarcerated population at that time and today.
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Palavras-chave
História da África - Estudo e ensino, Racismo, Casa de Detenção (RJ), Prisioneiras, Mulheres negras - Brasil
Citação
ESTRELLA, Beatriz Telles. O racismo no perfil da população carcerária feminina da Casa de Detenção do Distrito Federal entre 1910 e 1911. 2023. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ensino de História da África) – Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, 2023.
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