O valor do toque artesanal: entre a criação e o percurso formativo na arte

Abstract

Tudo que é feito à mão conhece o silêncio e, ainda assim, fala. A partir dessa concepção apresentada inicialmente nasce este trabalho de conclusão de curso, atendendo à vontade de pensar o caderno de artista como algo que vai além do papel e do desenho, absorvendo outras linguagens e possibilidades manuais de criação. Ele aparece aqui como uma prática de mestiçagem entre ensino, criação e vivência, tudo junto e ao mesmo tempo. A pesquisa parte da confecção de um caderno sanfonado, feito com sobras de materiais, e se apoia em uma (A)/r/tografia expandida, em diálogo com as fontes de conhecimento provenientes do artesanato, visando a uma urdidura entre o fazer e o pensar. A ideia foi investigar como as atividades artesanais, os saberes manuais e os modos de fazer de origem ancestral ainda dizem muito para quem ensina e cria arte. Nesse caminho, o caderno virou espaço de experimentação – não precisa estar acabado, ou pronto, valendo mais o processo do que o produto. Ele carrega pedaços de tempo, do corpo, da memória. Ao final, o estudo mostra que o uso do caderno pode transformar a sala de aula em lugar de escuta, de presença e de outro ritmo, mais perto da matéria, da experiência e do agora.

Everything that is made by hand is silent and still speaks. This end-of-course work was born from this initial concept, in response to the desire to think of the artist's notebook as something that goes beyond paper and drawing, absorbing other languages and manual possibilities for creation. It appears here as a practice of blending teaching, creation and experience, all together and at the same time. The research starts with the making of an accordion notebook, made from leftover materials, and is based on an expanded (A)/r/tography, in dialog with the sources of knowledge coming from Handicrafts, aiming at a warp between doing and thinking. The idea was to investigate how craft activities, manual knowledge and ways of doing things of ancestral origin still mean a lot to those who teach and create art. In this way, the notebook became a space for experimentation - it doesn't have to be finished or ready, and the process is worth more than the product. It carries pieces of time, of the body, of memory. In the end, the study shows that the use of the notebook can transform the classroom into a place of listening, of presence and of another rhythm, closer to the matter, to experience and to the now.