Mapas narrativos e infância : autossegregação e securitização da vida infantil na Barra da Tijuca

Abstract

O presente trabalho investigou de que maneira crianças da faixa etária entre nove e dez anos de idade, majoritariamente, moradoras de condomínios fechados compreendem e representam a cidade em que vivem. A metodologia de trabalho consistiu na pesquisa bibliográfica em relação à geografia da infância, às infâncias, ao conceito de lugar e na realização de mapas narrativos com um total de quarenta alunos do quarto ano do Ensino Fundamental. Além de uma subsequente atividade relacionada à segurança urbana. A partir desses trabalhos foram criadas categorias de análise para a produção dos desenhos gerados que auxiliam na interpretação das representações urbanas produzidas. Posteriormente, temas relacionados à securitização urbana foram incorporados à discussão com o intuito de buscar interpretar os desenhos e mapas realizados pelos estudantes. Chegou-se à conclusão que a cidade em que esses estudantes vivenciam é quase sempre em locais fechados, como os próprios condomínios, a escola, os cursos, o shopping center, entre outros, repletos de elementos de segurança e vigilância, havendo uma dificuldade da parte deles de compreender uma visão urbana que não esteja associada a tais formas de controle, além da dificuldade de entender a cidade como uma pluralidade de experiências e possibilidades. A partir dessas discussões, criou-se também um produto educacional que busca apresentar outras visões de cidade a partir dos conceitos básicos da geografia.