Educação financeira no ensino fundamental: um bom negócio

Abstract

Pretendemos, neste trabalho, colaborar para evidenciar que a íntima ligação entre os conceitos matemáticos e a Educação Financeira pode contribuir positivamente na construção da cidadania através de uma dimensão investigativa e crítica do conhecimento matemático. Estamos respaldados pelos referenciais da Educação Matemática Crítica preconizada por Ole Skovsmose e da Estratégia Nacional de Educação Financeira, política pública instituída pelo Governo Federal Brasileiro através do Decreto Federal nº 7.397/2010. Por delineamento, este é um estudo de caso exploratório de natureza qualitativa, que segundo sua finalidade, classifica se como um desenvolvimento experimental. A pesquisa baseou-se em dados que foram predominantemente coletados através de questionários interpostos a 10 professores de Matemática e 110 alunos do sexto ano do Ensino Fundamental, que versaram respectivamente sobre as possíveis necessidades de formação dos professores em Matemática Financeira e os saberes econômico-financeiros trazidos pelos estudantes. Atuamos no sentido de investigar a possibilidade de se desenvolverem recursos didáticos que pudessem auxiliar na promoção da Educação Financeira junto aos alunos do sexto ano de uma Escola Pública de Guaratiba - Zona Oeste do Rio de Janeiro. A pesquisa veio a confirmar as lacunas existentes na trajetória de formação dos docentes, assim como fez emergir os saberes, hipóteses e comportamentos financeiros das crianças, gerando como Produto Educacional o site SpigMath (spigmath.wix.com/spig), que é um portal que concebemos, não como um produto pronto e acabado, mas como um canal de troca de experiências e um subsídio à prática docente, no decorrer do processo de ensino-aprendizagem. A intenção é de que este recurso seja uma referência de sugestões em Educação Financeira, de forma que possamos contribuir para mitigar as necessidades e as lacunas na formação dos professores na referida área, assim como ajudar na ampliação dos saberes dos estudantes no que diz respeito à promoção de uma Educação Financeira que priorize uma abordagem conceitual e crítica baseada no diálogo, na tentativa de rompimento com o paradigma do exercício e no desafio à ideologia da certeza.