Avaliação sob uma perspectiva contra-hegemônica em língua inglesa

Abstract

Esta pesquisa investiga possibilidades para uma avaliação contra-hegemônica na disciplina de Língua Inglesa, com foco em práticas que rompam com lógicas autoritárias e excludentes, historicamente presentes em muitas escolas brasileiras. Parte-se da inquietação diante de processos avaliativos que reproduzem desigualdades e dificultam a construção de uma educação libertadora, comprometida com os sujeitos historicamente marginalizados. Com base em autores como Paulo Freire, Jussara Hoffmann, Cipriano Luckesi, Antonio Gramsci, Bárbara Carine Pinheiro, bell hooks e Luiz Rufino, busca-se sustentar teoricamente uma abordagem avaliativa dialógica, ética e crítica, que reconheça a diversidade dos sujeitos e promova sua participação ativa no processo de aprendizagem. A pesquisa, de natureza qualitativa e contendo elementos da pesquisa-ação, foi desenvolvida junto a docentes de Língua Inglesa como língua adicional. O problema de pesquisa que orientou o trabalho foi: de que modo propostas avaliativas contra-hegemônicas em Língua Inglesa podem contribuir para a construção de um processo avaliativo mais equitativo? Seu objetivo geral foi analisar de que forma uma coletânea de propostas avaliativas contra-hegemônicas pode contribuir para a transformação do processo avaliativo na disciplina de Língua Inglesa. Inicialmente, foi aplicado um questionário diagnóstico com o intuito de identificar os pressupostos avaliativos dos participantes. Em seguida, foi conduzido um processo formativo por meio do qual foram promovidas reflexões sobre práticas avaliativas e seus impactos nas relações pedagógicas. Ao longo desse percurso, foi apresentado aos participantes um protótipo do produto educacional (PE) previamente elaborado, composto por propostas avaliativas diversificadas organizadas em três unidades temáticas: desigualdade de gênero, questão racial e xenofobia/imigração. Esse material foi posteriormente aprimorado com base nas contribuições dos docentes, fortalecendo seu caráter colaborativo e formativo. Os dados analisados apontam que as práticas propostas no PE contribuem para a construção de avaliações mais dialógicas, plurais e comprometidas com a justiça social. A pesquisa também sinaliza o potencial de expansão do material para outras disciplinas e para a necessidade de continuidade dessa abordagem em sala de aula com estudantes, reafirmando a urgência de uma avaliação escolar comprometida com a equidade e com a transformação social.

This research investigates possibilities for counter-hegemonic assessment practices in the subject of English Language, focusing on approaches that seek to overcome authoritarian and exclusionary logics historically embedded in many Brazilian schools. The research is motivated by concerns about assessment processes that perpetuate inequalities and obstruct the development of a liberating education committed to historically marginalized groups. Grounded in the works of Paulo Freire, Jussara Hoffmann, Cipriano Luckesi, Antonio Gramsci, Bárbara Carine Pinheiro, bell hooks, and Luiz Rufino, this study aims to theoretically support a dialogical, ethical, and critical approach to assessment—one that recognizes the diversity of learners and fosters their active participation in the learning process. This is a qualitative study with elements of action research, developed with English Language teachers who work with English as an additional language. The research question that guided the study was: in what ways can counter-hegemonic assessment proposals in English Language contribute to building a more equitable assessment process? The general objective was to analyze how a set of counter-hegemonic assessment proposals can contribute to transforming assessment practices in English Language teaching. Initially, a diagnostic questionnaire was applied to identify the participants’ assessment assumptions. This was followed by a formative process through which reflections on assessment practices and their impact on pedagogical relationships were promoted. Throughout this journey, a prototype of the educational product (EP), previously developed, was presented to the participants. It consisted of diverse assessment proposals organized into three thematic units: gender inequality, racial issues, and xenophobia/immigration. The material was later refined based on the teachers’ contributions, reinforcing its collaborative and formative nature. The data analysis indicates that the practices proposed in the EP contribute to building more dialogical, plural, and socially just assessments. The research also highlights the potential for expanding the material to other subjects and underscores the need for the continuation of this approach in classroom practice with students, reaffirming the urgency of a school assessment committed to equity and social transformation.