O livro didático de história: análise das representações do negro no período pós-abolição

Abstract

Por muito tempo as representações do negro no livro didático foram associadas ao escravo e/ou a questões relativas à escravidão. Essa perspectiva, baseada numa história eurocêntrica foi responsável por estereótipos que fomentou o surgimento da discriminação étnico-racial e do preconceito em nossa sociedade, já que o livro didático muitas vezes é fonte principal de informação dos estudantes, as vezes até a única. Com isso, de forma implícita ou explícita o preconceito racial se faz presente. Nesse sentido, o livro didático além de ser um grande auxiliar do professor na formação do aluno em sala de aula, também é um agente sociocultural, pois ele tem a capacidade de propagar as concepções e os valores de aspecto ideológico que o produtor e a escola consideram pertinente. Esse trabalho irá analisar de modo criterioso, através da análise de texto, a forma como o livro didático trata o negro e o afrodescendente no período pós abolição a partir de duas coleções que tiveram aprovação no PNLD no ano de 2016, são elas: História / Ronaldo Vainfas... [et al.]. - 2ed. - São Paulo: Saraiva, 2016 e Oficina de História: Flávio de Campos, Júlio Pimentel Pinto, Regina Claro. 2. ed. São Paulo: Leya, 2016. Apoiado pela Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica, este trabalho contextualiza o negro dentro do fato histórico que é apresentado nos tópicos dos livros didáticos, a partir do recorte temporal da pesquisa.