A herança ancestral e a criança como protagonista: as relações na educação infantil

Abstract

Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre as relações entre adultos e crianças na educação infantil, trazendo à tona os dispositivos de poder que historicamente atravessam a escola. A partir de uma perspectiva contra-colonial e afrocentrada, questiona-se a lógica eurocristã que estrutura a infância como algo a ser moldado e controlado. Com base em autores como Foucault, Abramowicz, Kohan, bell hooks, reflete-se sobre os dispositivos de poder. Com Bell Hooks e Paulo Freire, defendendo uma educação pautada na escuta, no afeto e no diálogo. Com base em pensadores como Ailton Krenak, Renato Noguera e Nego Bispo, proponho a valorização da criança como sujeito pleno, em conexão com saberes ancestrais, natureza e vida. A infância entendida como tempo presente e território de experiências, convocando a reinvenção de práticas pedagógicas mais sensíveis, plurais e libertadoras.

This article proposes a critical reflection on the relationships between adults and children in early childhood education, highlighting the power structures that have historically shaped the school environment. From a counter-colonial and Afrocentric perspective, it questions the Euro-Christian logic that frames childhood as something to be molded and controlled. Drawing on authors such as Foucault, Abramowicz, Kohan, and bell hooks, the text reflects on mechanisms of power. With contributions from bell hooks and Paulo Freire, it advocates for an education grounded in listening, affection, and dialogue. Based on thinkers like Ailton Krenak, Renato Noguera, and Nego Bispo, the article proposes the appreciation of the child as a full subject, in connection with ancestral knowledge, nature, and life. Childhood is understood as the present moment and as a territory of experiences, calling for the reinvention of more sensitive, plural, and liberating pedagogical practices.