É por meio do brincar que esses corpos têm o mundo: narrativas de uma professora brincante

Abstract

Este trabalho tem por objetivos provocar reflexões, registrar e destacar a importância do brincar na Educação Infantil a partir de práticas no cotidiano da Educação Infantil e experiências com o brincar livre e espontâneo, tendo na Psicomotricidade e na construção de relações de afeto, bem como nas noções de corpo próprio e corpo sujeito, suas principais bases para as reflexões. Compreendendo, assim, a construção de afetos no brincar livre e suas contribuições para a formação de sujeitos conscientes de suas ações e reações do e com o corpo como potência. Desse modo, esta produção acessa bases teóricas e filosóficas para entender o sentido de infância e o que podem os afetos nos corpos das crianças, em especial, no ambiente da Educação Infantil. E estabelecendo uma articulação teórico-prática, a professora-pesquisadora busca em seus registros do cotidiano percepções e experiências para compartilhar práticas educativas atravessadas pelas experiências do brincar livre e espontâneo. Entendo que a relevância deste trabalho está também em convidar leitores/educadores para identificar, questionar e repensar, ou ressignificar, práticas pedagógicas que possam estar tentando silenciar e imobilizar os corpos das crianças e também das professoras. Para tanto, o cotidiano de uma instituição de Educação Infantil em um município do estado do Rio de Janeiro é o campo fértil para a análise, que vai sendo tecida pelas reflexões constantes sobre as práticas desta professora que escreve, tendo por método justamente a inspiração na investigação narrativa como meio de compreender o cotidiano e como a professora e as crianças, público da Educação Infantil, aprendem, constroem afetos, significados e, mais que isto, como elas se relacionam com o outro, com o mundo e com elas mesmas. Como conclusão deste trabalho, ficou o aprendizado sobre como crianças pequenas aprendem, de maneira significativa, pelo brincar e nas interações com a natureza.