A relação criança e natureza pelo olhar da psicomotricidade

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Nome da universidade/Departamento

Colégio Pedro II/PROPGPEC

Programa de Formação

Especialização em Educação Psicomotora

Local

Rio de Janeiro

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Resumo

Este estudo é motivado pelos afetos despertados em vivências com elementos naturais nas aulas do curso de pós-graduação em Educação Psicomotora. Essas experiências provocaram profundas sensações e questionamentos acerca da relação construída entre criança e natureza, então este trabalho tem por objetivo refletir sobre essa relação com as contribuições da Psicomotricidade. Observa-se um discurso muito comum de que as crianças atualmente não brincam ou exploram a comunidade local como as gerações anteriores. Há argumentos comprovados por pesquisas e abordado por Profice (2016) e Louv (2016) que apontam graves problemas como consequência desse distanciamento. A breve análise da legislação que rege a educação no país comprova a universalização do ensino e, por conseguinte, a institucionalização das infâncias, ou seja, as crianças que outrora brincavam nas ruas agora estão, desde a mais tenra idade, em escolas. Os estudos aqui apreendidos, partem de uma perspectiva ecológica, consideram a biofilia, teoria de Edward O. Wilson (apud LOUV, 2016), como uma condição inata ao ser humano e comprovam que uma boa relação com a natureza é não só necessária ao seu bem estar físico e emocional, mas uma condição vital, uma vez que a degradação do planeta compromete a manutenção da espécie. Para essa compreensão, o conceito de ecosofia formulado por Guatarri (2012) ao articular três ecologias: mental, social e ambiental foi fundamental. Faz-se, portanto, urgente repensar os contextos de escolas de Educação Infantil, ofertados às crianças, pois a realidade mais comum vivida por elas nessas instituições é a de emparedamento como aponta Tiriba (2018). Condição que negligencia direitos já conquistados pelas crianças no espaço que deveria garantir seu desenvolvimento integral, onde acontece boa parte da sua infância em interações que são determinantes para a construção da sua subjetividade. A escola tem potencial para desemparedar e entregar às crianças mais experiências ecológicas e libertárias, Schaefer (2015, 2016, 2019, 2020) convida de forma irrecusável a permitir o potente encontro dos corpos com outros elementos da natureza como a terra e a água, na busca da identidade com o que os compõem. Piorski (2016) é o referencial que sustenta o valor do imaginário da criança em contato com elementos naturais. Este trabalho se constrói a partir da rememoração de uma professora, que fundamentada em Benjamin (1987), narra o vivido no cotidiano de uma turma de pré-escola e investiga em suas próprias práticas as possibilidades de desenvolvimento psicomotor exploradas com muita energia pelas crianças. Mastrascusa e Franch (2016), Lapierre e Aucouturier (1988) e Schaefer (2015, 2016, 2019, 2020) compõem o referencial teórico do campo da Psicomotricidade que fundamenta a análise das propostas rememoradas ao longo do texto. Como conclusão, é constatado que os ambientes abertos e a exploração de elementos naturais no cotidiano da Educação Infantil consistem em um contexto oportuno para o desenvolvimento psicomotor e que a formação docente em Psicomotricidade amplia as possibilidades de intervenção e reflexão sobre as experiências.

Abstract

This study is motivated by the emotions aroused by experiences with natural elements in the postgraduate course in Psychomotor Education. These experiences provoked profound sensations and questions about the relationship built between children and nature, so this work aims to reflect on this relationship with the contributions of Psychomotricity. A common argument is that children today do not play or explore the local community like previous generations. Research-backed arguments, addressed by Profice (2016) and Louv (2016), point to serious problems resulting from this distancing. A brief analysis of the legislation governing education in the country demonstrates the universalization of education and, consequently, the institutionalization of childhood. Children who once played in the streets are now enrolled in schools from a very young age. The studies discussed here, based on an ecological perspective, consider biophilia, a theory by Edward O. Wilson (apud LOUV, 2016), as an innate human condition. They demonstrate that a healthy relationship with nature is not only necessary for physical and emotional well-being, but also vital, since the degradation of the planet compromises the survival of the species. The concept of ecosophy, formulated by Guatarri (2012), articulating three ecologies: mental, social, and environmental, was fundamental to this understanding. Therefore, it is urgent to rethink the contexts of early childhood education offered to children, since the most common reality they experience in these institutions is that of isolation, as Tiriba (2018) points out. This condition neglects rights already earned by children in the space that should guarantee their integral development, where much of their childhood takes place in interactions that are crucial for the construction of their subjectivity. School has the potential to unlock and provide children with more ecological and liberating experiences. Schaefer (2015, 2016, 2019, 2020) undeniably invites the powerful encounter of bodies with other elements of nature, such as earth and water, in the search for identity with their constituents. Piorski (2016) is the reference that supports the value of children's imagination in contact with natural elements. This work is constructed from the recollections of a teacher who, based on Benjamin (1987), narrates the daily experiences of a preschool class and investigates, in her own practices, the possibilities of psychomotor development explored with great energy by the children. Mastrascusa and Franch (2016), Lapierre and Aucouturier (1988), and Schaefer (2015, 2016, 2019, 2020) comprise the theoretical framework of the field of Psychomotricity that underpins the analysis of the proposals recalled throughout the text. In conclusion, it is found that open environments and the exploration of natural elements in the daily life of Early Childhood Education consist of an opportune context for psychomotor development and that teacher training in Psychomotricity expands the possibilities for intervention and reflection on experiences.

Descrição

Palavras-chave

Psicomotricidade - Estudo e ensino, Educação infantil - Estudo e ensino, Afetividade (Psicologia), Corpo e mente, Meio ambiente e crianças

Citação

SANTOS, Iacy Carvalho Ferreira dos. A relação criança e natureza pelo olhar da Psicomotricidade. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Educação Psicomotora) – Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Colégio Pedro II Rio de Janeiro, 2021

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