Conflitos e violência simbólica no Ensino Médio Integrado: o desenvolvimento da comunicação não violenta e a cultura para a paz no Colégio Pedro I

Abstract

Este trabalho traz à reflexão o desenvolvimento da cultura de paz na escola, como estratégia para prevenir e resolver conflitos, contribuindo para a formação integral dos alunos da Educação Profissional. A escola, além de ser um espaço de aprendizado acadêmico, é também um ambiente de interação social e diversidade, onde os alunos aprendem a se relacionar e conviver. Para alguns, é um local acolhedor, enquanto para outros, pode ser um ambiente de sofrimento e conflitos. O Ensino Médio Integrado se apresenta como um contexto ideal para a promoção de práticas voltadas à cultura de paz, dada sua abordagem contra desigualdades e opressões, e os esforços dos educadores em priorizar a formação integral dos estudantes. Este estudo teve como objetivo identificar os principais conflitos enfrentados pelos alunos do Curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas do Campus Engenho Novo II, Colégio Pedro II, e analisar a relação desses conflitos com a violência simbólica no ambiente escolar. Como produto educacional, foi desenvolvida uma proposta de capacitação para servidores, visando estimular a cultura de paz por meio do acolhimento e mediação de conflitos. O trabalho também abordou temas como a juventude, o papel da escola no desenvolvimento da cidadania e as práticas de comunicação não violenta e justiça restaurativa. A pesquisa, de abordagem qualitativa, foi realizada com base na análise dos registros dos conflitos reportados pelos alunos no Setor de Orientação Educacional e Pedagógica. A análise dos dados revelou que os estudantes enfrentam conflitos e violência simbólica, impactando negativamente o ambiente pedagógico. Uma abordagem humanizadora, que respeita as experiências juvenis, permite à escola abandonar a postura inquisidora em relação aos comportamentos dos jovens, transformando-a em um espaço de resistência contra as desigualdades. Dessa forma, o estudo contribui para a reflexão sobre o papel da escola na construção de uma sociedade mais justa, propondo alternativas que, por meio de ações concretas, busquem a resolução de conflitos e o fortalecimento da cidadania entre os estudantes.

This work brings to reflection the development of a culture of peace at school, as a strategy to prevent and resolve conflicts, contributing to the comprehensive training of Professional Education students. The school, in addition to being a space for academic learning, is also an environment of social interaction and diversity, where students learn to relate and coexist. For some, it is a welcoming place, while for others, it can be an environment of suffering and conflict. Integrated High School presents itself as an ideal context for promoting practices aimed at a culture of peace, given its approach against inequalities and oppression, and the efforts of educators to prioritize the comprehensive training of students. This study aimed to identify the main conflicts faced by students of the Technical Course in Systems Development at Campus Engenho Novo II, Pedro II School, and analyze the relationship between these conflicts and symbolic violence in the school environment. As an educational product, a training proposal for civil servants was developed, aiming to encourage a culture of peace through welcoming and mediating conflicts. The work also addressed topics such as youth, the role of school in developing citizenship and non-violent communication practices and restorative justice. The research, with a qualitative approach, was carried out based on the analysis of records of conflicts reported by students in the Educational and Pedagogical Guidance Sector. Data analysis revealed that students face conflicts and symbolic violence, negatively impacting the pedagogical environment. A humanizing approach, which respects youth experiences, allows the school to abandon its inquisitive stance in relation to young people's behaviors, transforming it into a space of resistance against inequalities. In this way, the study contributes to reflection on the role of schools in building a fairer society, proposing alternatives that, through concrete actions, seek to resolve conflicts and strengthen citizenship among students.