Museus de ciências e suas contribuições na formação de mediadores graduandos: o caso do espaço ciência viva (RJ)

Abstract

A educação ocorre durante toda a vida do indivíduo e perpassa os limites da escola, de modo que diferentes espaços podem atuar como ambientes para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. O caráter educativo adquirido pelos museus de Ciências com o passar do tempo ressignificou a divulgação científica realizada por esses espaços, o que fez com que ampliassem seu papel como propulsores da educação não formal. Neste cenário, a presença do mediador amplia a capacidade destes locais em cumprir o seu objetivo educacional, mas essa não é uma via de mão única, pois do ponto de vista do mediador, a experiência contribui para a sua formação profissional e prática pedagógica, quando licenciando/graduando. Pensando assim, o presente trabalho buscou valorizar o potencial educacional do Espaço Ciência Viva (ECV), ao investigar como este espaço pode contribuir para a formação profissional de seus mediadores. A coleta de dados foi baseada no método de análise documental, a partir da qual foi feita a análise das fichas de cadastro dos mediadores bolsistas entre os anos de 2015 e 2019 e outros documentos do ECV. Foram verificados os cursos aos quais pertenciam e a instituição de ensino, de modo que essas informações foram correlacionadas às atividades desenvolvidas no museu. Foi contabilizado um total de 49 bolsistas ao longo dos cinco anos analisados, entre os quais os cursos de graduação predominantes foram Ciências biológicas, nutrição e física, pertencentes principalmente à Universidade Federal do Rio de Janeiro. As oficinas desenvolvidas no ECV durante esse tempo abordaram temas variados ligados ao universo, ao corpo humano, ao meio ambiente, aos elementos químicos, etc. Constatou-se grande diversidade entre os cursos dos mediadores e as atividades desenvolvidas no ECV, o que evidenciou a interdisciplinaridade deste museu