O pequeno comércio de alimentos : alimentação e sociabilidade no Rio de Janeiro do segundo reinado e suas possibilidades para o ensino de história

Abstract

Partindo do conteúdo programado pela BNCC para o 8° ano do Ensino Fundamental, pretende-se trabalhar a conjuntura histórica do Segundo Reinado (1840-1889), fugindo das propostas tradicionais que abordam questões como as guerras e o momento político da época. Deseja-se desenvolver como objeto de estudo o tema da expansão do comércio atrelado à história da alimentação. A dilatação da urbe do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX relacionou-se também com a melhoria da mobilidade por meio de bondes e trens. Nessa mesma época ocorreu o crescimento da população com a chegada de imigrantes, que contribuiu para enriquecer e diversificar o comércio de alimentos. O ato de comer na rua passou a ser entendido como uma forma de lazer e sociabilidade entre família e amigos, fato este que é percebido pelo aumento na quantidade de cafeterias e confeitarias na cidade. Entretanto, as populações mais pobres sempre ocuparam as ruas para trabalhar, comer e socializarem-se, já que moravam em cortiços ou casas de cômodo, no centro da cidade, onde o espaço era limitado fazendo com que a socialização acontecesse da porta para fora. O foco desta sequência didática é refletir sobre o pequeno comércio de alimentos que engloba restaurantes, casas de pasto, bares, botequins, armazéns de secos e molhados etc., bem como o comércio ambulante (quitandeiras), ou seja, um comércio de gêneros e de pratos prontos voltado para a população trabalhadora, compreendendo-os como espaços de sociabilidade.