Fundamentos conceituais do ensino tecnológico e currículo: o plano pedagógico do curso de edificações em transformação no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ)

Abstract

O presente estudo de caso foi realizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica, e teve por objetivo analisar o desenvolvimento histórico das estruturas curriculares de um curso profissional técnico articulado ao ensino médio em Edificações (CEFET-RJ), e a articulação destas com a perspectiva da formação omnilateral e integrada, estabelecendo relação entre suas estruturas atuais e anteriores. Desta maneira, se buscou identificar a organização do conhecimento e os conceitos envolvidos, suas contradições e aproximação com o ensino médio integrado, fundamentado em autores como Frigotto (1988, 2008, 2009, 2016), Ramos (2005, 2008) e Ciavatta (2012), dentre outros. A metodologia utilizada foi a Análise de Conteúdo (BARDIN, 1977), realizada sobre os desenhos curriculares de 1973 a 2020, e sobre o Plano Pedagógico de Curso de 2014. Foi desenvolvido como produto educacional um dicionário para auxiliar profissionais a desenvolver planos ou projetos pedagógicos da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, assim como também para os estudantes que pesquisam sobre o assunto, através da relação e síntese de conceitos, diretrizes e normativas básicas para esse fim. Foi concluído que o currículo prescrito de Edificações acompanhou o ziguezague educacional brasileiro, oras se aproximando, oras se distanciando da integração. As alterações mais significativas foram observadas após o Decreto 2.208/1997, que cindiu a estrutura curricular para reorganizar o currículo às competências, momento em que, paradoxalmente, o curso ampliou sua carga horária do ensino médio generalista. O redirecionamento para o currículo integrado foi observado a partir do Plano Pedagógico de Curso 2014, que sinalizou uma aproximação com as bases conceituais da Educação Profissional e Tecnológica, e que surgiu da necessidade percebida por reelaborar currículos e práticas pedagógicas, pensada a partir encontros pedagógicos, grupos de trabalho e comissões, em uma tomada de consciência institucional ocorrida a partir da participação democrática dos profissionais que representou um impulso à interdisciplinaridade. Este movimento permanece um desafio, em virtude da clássica organização pedagógica fragmentada e compartimentalizada dos currículos escolares modernos.