Livros livres

Abstract

O presente artigo propõe reflexões acerca do objeto livro sob diferentes perspectivas. Inicialmente através de um breve percurso histórico nos aproximaremos do objeto em questão, ainda sob o prisma de uma estrutura pensada como suporte para propagação e difusão de conhecimentos, promotora de inúmeros avanços na história da humanidade. Posteriormente em transbordamentos diversos acerca da materialidade do objeto livro, abordaremos o fazer artístico que se apropria de sua estrutura física a profanando, transmutando-a em arte, em livro objeto. Nesse contexto nos acercaremos do universo poético proposto pelas obras Esculturas livro e Re-leitura, ambas de minha autoria. Sob essa perspectiva, afinados com os escritos de Giorgio Agamben, pensaremos o caráter profanatório que se revela no fazer artístico que dá corpo a ambas as obras através do processo de desconstrução e reconstrução do objeto em questão. Afinados com o debate estético-poético que se apresentam a partir das produções artísticas mencionadas, intentaremos estabelecer diálogo onde sujeito e experiência se entrecruzam atravessados pelo objeto artístico, intimando pela poesia uma leitura sensorial onde a conclusão diz mais respeito ao universo do espectador do que ao objeto em si. Norteando este diálogo se farão presentes também autores como Walter Benjamin, Larrosa, Julio Plaza, Didi Huberman entre outros. As dimensões aqui apontadas exercem a liberdade da condição de não-afirmação, constituindo-se como exercícios de pensamento. O olhar será sempre dinâmico e inquieto, desconstruído e reconstruído a cada retomada acerca do mesmo objeto, o livro, que traz na origem do seu nome a definição “livre"