Brincar e letrar: o uso de brincadeiras no processo de letramento racial na educação infantil

Abstract

A presente pesquisa concentra-se na temática da contribuição do corpo para o desenvolvimento do letramento racial na Educação Infantil. A brincadeira é parte importante no desenvolvimento das crianças, sobretudo para as bem pequenas; é por meio dessas brincadeiras que as crianças se comunicam com o mundo ao seu redor e, a partir delas, os educadores conseguem observar experiências vivenciadas tanto no ambiente escolar como em locais externos. Para a sustentação teórica da pesquisa, pretende-se desenvolver diálogos do tema com os conceitos da corporeidade, das brincadeiras e com o processo de aprendizagem na Educação Infantil, utilizando respectivamente os seguintes autores: Freitas (1999), Luckesi (2004) e Vygotsky (2007) entre outros. Com essas concepções, o estudo apresenta como objetivo geral: compreender como as brincadeiras podem contribuir como um recurso didático para as aulas, proporcionando o letramento racial a partir do desenvolvimento da cultura corporal do movimento e da linguagem. O problema de pesquisa se constitui então em: qual o impacto das expressões corporais para o desenvolvimento do letramento racial e como as brincadeiras proporcionam um ambiente mais favorável para a aprendizagem? Com isso, será desenvolvido um projeto em que as brincadeiras sejam feitas dentro da escola, com abordagem de natureza qualitativa, com aspectos de pesquisa-ação, e será construído, como produto educacional, um portfólio pedagógico com atividades lúdicas que proporcionem o desenvolvimento do letramento racial. O produto foi aplicado em uma turma de Educação Infantil, com faixa etária de quatro anos, de uma escola pública de Duque de Caxias e, a partir da análise dos dados dessa aplicação, pretende-se aprimorar o produto e divulgá-lo para adaptações e/ou novas aplicações. Como resultado desta pesquisa, observou-se um aumento na consciência racial das crianças, que passaram a reconhecer e valorizar as diferenças entre os colegas, como a importância da representatividade de personagens negras nas histórias e brincadeiras. Esses resultados sugerem que o uso de brincadeiras como recurso didático pode ser uma estratégia eficaz para promover o letramento racial.