Do Guapuruvu à canoa caiçara: vozes entrelaçadas no território dos saberes e fazeres no Ensino de Artes Visuais

Abstract

O presente estudo propõe cobrir uma lacuna existente entre o Ensino de Artes Visuais e as culturas tradicionais das populações caiçara da baía da Ilha Grande- situada na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro. Justifica-se o interesse proposto por este TCC em razão da urgência na valorização destas discursividades de natureza contra hegemônica no âmbito escolar. O trabalho busca um diálogo entre os saberes e fazeres relacionados a esse grupo cultural de modo a aproximar temáticas curriculares e possíveis ações pedagógicas à luz das manifestações que compõe estes cotidianos. Visa ampliar a reflexão e o debate entre os conteúdos/acervos dispostos na exposição “Certos Modos de Ser Caiçara” e o Ensino de Arte em contextos escolares, a fim de provocar maior visibilidade dessas expressões/representações no ambiente educacional. Neste sentido, engajando-se em uma agenda decolonial, deseja-se estimular novas formas de abordagens que ressignifiquem e potencializem a (re)leitura de imagens em articulação com o contexto sociocultural contemplado. Esta investigação é um convite a uma (re)interpretação imagética de iconografias revisitadas que estabeleçam novos olhares no Ensino de Artes Visuais, aliando-se ao (re)conhecimento das tradições que compõem a realidade local destas comunidades associadas ao repertório/vocabulário, do universo tratado. Oportuniza-se experiências e vivências da equipe do Ecomuseu Ilha Grande, de modo a articular diversos conhecimentos, narrativas e memórias representativas dessas populações, com vistas a enriquecer o campo da formação em Artes Visuais, ao mesmo tempo que se anuncia como um caminho de resistência e luta contra os poderes hegemônicos que insistem em invisibilizar/silenciar as culturas de comunidades tradicionais.