Intolerância religiosa no ambiente escolar: a naturalização dos silêncios

Abstract

Esse trabalho pretende analisar a intolerância religiosa voltada para as religiões de matrizes africanas e seus adeptos e suas reproduções no ambiente escolar. Tem por objetivo identificar os padrões hegemônicos que contribuem para o perpetuamento do racismo diante das religiões afro-brasileiras na sociedade e como isto se reflete na escola. Denunciando as estruturas discriminatórias que se reproduzem no espaço escolar, esse estudo expõe algumas dificuldades da implementação da lei 10.639/03, e apresenta algumas alternativas de como colocar em pauta uma educação antirracista e que respeite as diferenças em busca de uma formação democrática de indivíduos. Através de análises de autores que trabalham o racismo religioso com foco nas religiões afro-brasileiras e relatos, essa pesquisa explicita como a escola pode se tornar um local de silenciamento e impedimento de construções identitárias positivas. Através de uma proposta pedagógica mostra como é possível mudar algumas lógicas pré-estabelecidas e como o docente pode ser ativo diante desses preconceitos que cercam o espaço escolar.

This work aims to analyze religious intolerance directed towards African-based religions and their followers, as well as their reproductions in the school environment. Its objective is to identify the hegemonic patterns that contribute to the perpetuation of racism against Afro-Brazilian religions in society and how this is reflected in schools. By denouncing the discriminatory structures that reproduce in the school space, this study exposes some difficulties in implementing law 10.639/03 and presents some alternatives on how to bring up an anti-racist education that respects differences in pursuit of a democratic formation of individuals. Through analyses of authors who work on religious racism with a focus on Afro-Brazilian religions and reports, this research clarifies how schools can become a place of silencing and hindrance to the construction of positive identities. Through a pedagogical proposal, it shows how it is possible to change some pre-established logics and how can the teacher be active in the face of these prejudices that surround the school environment.